Sinpro-NG parece querer prejudicar a educação das crianças do município a todo custo.
Os alunos da rede municipal estão há mais de 70 dias com a
sua agenda escolar cada vez mais prejudicada. A greve iniciada em maio pelo
Sinpro-NG (Sindicato dos Professores de Novo Gama) até agora não teve uma
saída, e não por falta de tentativas. Aparentemente, a associação reivindica a
volta da Jornada Ampliada, mas o argumento não se sustenta.
A Jornada Ampliada garantia que os professores trabalhassem
por apenas um turno, manhã ou tarde, sendo necessário que o município
contratasse professores adicionais para ocupar o tempo restante. Devido à Lei
de Responsabilidade Fiscal, se tornou inviável para o município contratar mais
profissionais e manter o programa. Além do mais, mesmo com a Jornada Ampliada
instituída, a nota do IDEB (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica) de
Novo Gama era a mais baixa entre os municípios do Goiás com até 200.000
habitantes. Ou seja, programa não cumpriu com o que prometia.
A mesma gestão que agora sofre os ataques do Sindicato, garantiu
um reajuste salarial de 12,76% dos professores (que variam entre 4000 e 8000
reais), com uma carga horária de 26 horas de aulas e 14 horas de coordenação
semanais, totalmente de acordo com as leis do magistério. Os direitos dos
professores não foram sequer tocados.
A prefeitura tem elaborado diversas formas de retornar as
crianças às salas de aula, mas após diversas tentativas frustradas de diálogo
com o Sinpro-NG aparentemente o esforço pela educação do município é uma via de
mão única. A situação é tão absurda que a prefeitura propôs manter 200 horas de
aulas complementares pros alunos, como inglês e redação, e a proposta foi
negada pelos professores. Sem contar a última tentativa de negociação em que
todas as propostas foram negadas pelo Sindicato, até mesmo uma que foi
elaborada por eles mesmos em conjunto com a Prefeitura.
Ninguém em sã consciência é contra os direitos dos
professores. Os educadores são a classe mais nobre da sociedade e dignos da
admiração de todos, sem exceção. Afinal, não há médico, advogado ou jornalista
sem um professor. Dói chegar a essa conclusão, mas não há como não suspeitar de
que essa mesma classe, que goza de tanto apreço, esteja usando dos seus méritos
para manipular a população e até mesmo o governo para conseguir regalias.
Cá entre nós, não devem existir regalias entre os
trabalhadores. Todos nos esforçamos e ganhamos por isso. Ninguém merece mais
que o outro. E testemunhar professores pondo em risco a educação de centenas de
crianças por fins tão egoístas é no mínimo triste.
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