Rede pública do DF é exemplo do modelo brasileiro de coleta de leite para outros países
Cinco
profissionais de saúde cubanos concluíram hoje um treinamento sobre
coleta e controle de qualidade de leite humano na rede de Bancos de
Leite do DF, escolhida pelo Ministério da Saúde para repassar o modelo
nacional a países vizinhos.
"É a
terceira missão de Cuba que vem conhecer nosso modelo de trabalho, mas
também já capacitamos profissionais do Uruguai, do Panamá e, no fim
deste mês, receberemos um grupo de Angola" explicou a coordenadora-geral
de Aleitamento Materno, da Secretaria de Saúde, Miriam Santos.
O
treinamento teórico, dado em casteliano, aconteceu semana passada na
Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciência da Saúde (Fepecs), e, nesta
semana, as médicas e enfermeiras cubanas tiveram experiência prática nos
bancos de leite de seis hospitais da rede pública, entre eles o
Materno-Infantil de Brasília (HMIB).
Desde
2007, quando implementou os bancos de leite humano, Cuba melhorou a
vida de mães e bebês, com redução da taxa de mortalidade entre
recém-nascidos vivos, que atualmente é de 4,4 para cada 100.000.
"Estamos
dando nossos primeiros passos, tudo isso que vimos aqui no Brasil vai
ficar para nós como experiência para avançarmos ainda mais", disse a
obstetra cubana Marilyn Martinez.
Acompanha
o grupo da ilha caribenha uma nutricionista colombiana, que permanecerá
em Brasília até semana que vem para adquirir mais experiência.
RECORDE - Foram coletados 17.137
litros de leite humano no DF em 2012 – contra 16.411 em 2011 - e somente
nos quatro primeiros meses deste ano, 1.762 mães fizeram a doação, o
que resultou na coleta de 4.998 litros, suficientes para amamentar 3.778
crianças nas UTIs neonatais.
"Eu,
que tenho leite em excesso, sei como é importante doar para aquelas que
não podem amamentar", disse a mãe de primeira viagem Débora Nogueira,
que se dispôs a dividir o alimento de seu filho com o Banco de Leite do
Hospital de Sobradinho.
Amanhã
é o Dia Mundial da Doação de Leite Materno, e o DF tem razões para
comemorar porque é a única unidade da Federação com lei específica, em
vigor desde 1993, para garantir oferta de leite a todo recém-nascido em
situação de risco.
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